De acordo com documentos do banco, Álvaro sobrinho, antigo CEO do Banco Espírito Santo Angola (BESA), abriu as suas primeiras contas no Credit Suisse quando montou um esquema para se apropriar de 750 milhões de euros de uma linha de crédito que devia financiar a habitação social.
A notícia é avançada na edição desta sexta-feira do jornal ‘Expresso’, que destaca os dados da investigação ‘Suisse Secrets’, divulgada pelo Süddeutsche Zeitung e desenvolvida pela organização sem fins lucrativos “Organized Crime and Corruption Reporting Project” (OCCRP), que analisou informações de 18.000 contas que detinham mais de 100 mil milhões de dólares, aproximadamente 96 mil milhões de euros, do Credit Suisse, o segundo maior credor da Suíça. O projeto de habitação social referido foi desenvolvido pela empresa de Carlos Rodrigues, que acusa o antigo CEO do BESA de se ter apropriado do dinheiro.
O objetivo era captar 750 milhões de euros para a empresa de Carlos Rodrigues, a Jeosat, com o aval do BESA e com a emissão de uma garantia soberana no Governo Angolano. O artigo do ‘Expresso’ sublinha a situação de que, de acordo com os documentos da investigação, antes do cumprimento destes objetivos, tinha sido já aberta nas Ilhas Virgens Britânicas uma companhia offshore, um “clone” da Jeosat, a pedido alegadamente de do ex-CEO do BESA.
À OCCRP Carlos Rodrigues acusa ainda Álvaro Sobrinho e o BESA de terem criado, com o seu passaporte, linhas de crédito e contas em todo o mundo. De acordo com o ‘Expresso’ o banqueiro nega as acusações, nomeadamente a de se ter apropriado do dinheiro de forma ilegítima. Já Carlos Rodrigues já apresentou queixas às autoridades angolanas, ao Banco de Portugal e à Autoridade bancária Europeia, e diz ainda que não foi Álvaro Sobrinho a levar o dinheiro sozinho.
