Empresário diz que não queria droga mas fruta
00h15m
reis pinto
Todos disseram ter sido "enganados" num negócio de importação de bananas do Equador. Nos contentores, além da fruta, vinha um total de 82 quilos de cocaína. Um empresário português e três cabo-verdianos começaram, ontem, a ser julgados em Matosinhos.
Para a acusação, os quatro arguidos - detidos em Novembro de 2009 e presos preventivamente - e outros dois, um a residir no Equador e outro que se encontra em parte incerta, fariam parte de uma rede internacional, que pretendia introduzir cocaína na Europa.
Para tal, criaram uma firma de importação e exportação, servindo-se do empresário Luís Pereira, cuja empresa atravessava dificuldades financeiras.
"Tinha dificuldades, mas não eram graves. Eu tinha um projecto, desde 1998, para pôr em funcionamento uma central de dessalinização na Boavista, mas necessitava de 120 mil euros para reparar uma peça e não os tinha. Conheci João Moreira [outros dos arguidos] através de um conhecido e ele associou-se ao projecto. Sugeriu que se fizesse algo para conseguir a verba, como importar fruta", referiu o arguido.
Foi realizada uma importação de óleo de soja, seguindo-se o primeiro contentor com cocaína escondida no meio das paletes onde vinham caixas com bananas. O empresário referiu que apenas dias antes da chegada do contentor soube que trazia droga.
O "braço-direito" de João Moreira era o seu enteado, José Júnior, que afirmou ser "um moço de recados". "Nada podia fazer, pois ele sustentava a minha família. Estava na Holanda e ele disse-me para vir para Lisboa passar informações para o senhor Jorge. Só soube que vinha algo mais quando cheguei e disse ao empresário", referiu.
Jailson Rocha, amigo de José Júnior, disse que foi contratado para descarregar as paletes. "Pagavam-me 200 euros. Mas comecei a desconfiar quando o Júnior me pediu para transferir as bananas para outras paletes e levarmos as originais para um armazém em Vila do Conde. Pressionei-o e ele disse o que elas continham. Naquela altura poderia ter vindo embora. Mas precisava do dinheiro", sublinhou.
ESTES GAJOS ACTUAM EM REGIME MULTINACIONAL.MAS PARA OS NOSSOS POLÍTICOS SÓ SÃO UMA RIQUEZA... LISBOA-SETÚBAL-ALGARVE-PORTO.HOLANDA-CABO VERDE-PERU...