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Monday, May 12, 2008

TEMOS OU NÃO O REGIME MAIS AFRICANO DA EUROPA?

José Ribeiro |

Os sapatos do defunto

Lisboa continua, infelizmente, a ser o centro das conspirações contra Angola e alguns órgãos da imprensa portuguesa fazem gala em propalar mentiras sobre a realidade angolana ou injuriar e difamar os governantes angolanos. É um hábito que vem de longe e só se justifica pelo ódio ao MPLA, a organização política que derrotou o colonialismo e ajudou a derrubar o regime fascista português. Até agora, os mais baixos ataques ao nosso país e aos nossos dirigentes políticos têm passado sem resposta. Mas chegou a hora de dizer basta porque, apesar de os racistas terem o direito a serem tratados como doentes, têm também de ser responsabilizados pelos seus actos, sobretudo se desempenham cargos de responsabilidade ou notoriedade pública.
O músico irlandês Bob Geldof foi a Lisboa para injuriar e caluniar os nossos governantes, numa operação que, sabe-se agora, também envolveu o semanário português “Expresso”. Henrique Monteiro, o director do jornal, na edição de ontem escreve um editorial onde repete as calúnias de Bob Geldof e cita outras mais antigas de Mário Soares, no mesmo tom. Para Henrique Monteiro, Geldof e Mário Soares têm razão, Angola é governada por criminosos. O director do “Expresso” invoca a lengalenga do costume, afirma que toda a gente sabe que essas alegações são verdadeiras, mas não avança com um único dado novo. Monteiro diz que os políticos e empresários portugueses têm medo de denunciar os corruptos e governantes criminosos angolanos. De tudo isto só nos ocorre dizer que é uma pena que, trinta e quatro anos depois do 25 de Abril, venha alguém como o senhor Henrique Monteiro levar o prestigiado semanário “Expresso” para os níveis que nos habituou “O Diabo”, de triste memória.
Mas o director do Expresso adiantou já esta semana algo mais do que o músico Geldof. Diz que Jonas Savimbi foi assassinado. Com isto se percebe até onde Geldof e os seus maestros queriam chegar. Se esta afirmação fosse verdadeira, de facto, o Governo que consentiu o assassinato seria criminoso. Nisso estaríamos de acordo. O problema é que Jonas Savimbi não foi assassinado. Morreu em combate, como toda a gente sabe, na última batalha que o seu exército ilegal travou contra as Forças Armadas Angolanas. E só depois desta batalha foi possível assinar a Paz do Luena, dissolver o que restava do exército ilegal de Jonas Savimbi e fazer a reconciliação entre os angolanos.
Só agora se compreende que os amigos do distribuidor do dinheiro dos diamantes de sangue ainda continuam a chorar a morte de um dos maiores criminosos dos tempos modernos, só comparável a Hitler em maldade e brutalidade. Savimbi e o seu exército ilegal assassinaram milhões de angolanos. Destruíram aldeias, vilas e cidades. Destruíram equipamentos sociais e infra-estruturas importantes que fariam hoje imensa falta a todos os angolanos. Ao não aceitar os resultados eleitorais, reconhecidos pela ONU e pela Troika de Observadores, Savimbi recusou o jogo democrático e regressou à guerra, dirigindo um exército ilegal, que estava escondido para agir no momento da derrota eleitoral. Por isso, quando morreu em combate, o Povo Angolano não chorou a sua morte e ninguém pôs luto por ele. Henrique Monteiro sabe que é assim, mas alguém lhe encomendou outro sermão para fazer coro com Bob Geldof, aceitando participar num concerto inqualificável, pois visava manchar a figura do embaixador de um Estado estrangeiro.
Outras vozes, tão cómicas como as destes dois megafones, vão também aparecer, porque se aproxima a hora da verdade eleitoral. Mas não será porque repetem até à saciedade que Savimbi foi assassinado que a verdade passa a ser a mentira por eles propalada. Não é porque afirmam, sem provas, que Angola é governada por corruptos, que o Povo Angolano vai hipotecar o seu futuro aos que enriqueceram à custa dos diamantes de sangue e com passeatas a Jamba e ao Andulo.
O Governo de Angola é constituído por gente tão honrada e tão séria como os governos de Portugal ou da Irlanda. O Presidente de Angola é tão honrado e tão sério como os presidentes de Portugal, da Irlanda ou de qualquer outro país da União Europeia. E os nossos dirigentes políticos merecem o mesmo respeito e a mesma consideração que os políticos de Portugal ou da Irlanda. Os amigos de Jonas Savimbi, mesmo os que agora se viram contra aquele que lhes serviu fortuna fácil, têm de se habituar a respeitar Angola e os angolanos. Caso contrário, fazem a figura ridícula de ficarem eternamente à espera dos sapatos do falecido. Estão a ser pouco inteligentes, porque quem espera por sapatos de defunto morre descalço. O director do “Expresso” já anda sem sapatos há muito tempo. E isso nota-se na sua escrita. Escreve com os pés ensanguentados e cego pelo ódio ao triunfo do Povo Angolano na sua luta gloriosa contra o colonialismo e o fascismo.
E, por favor, os nossos amigos portugueses que nos peçam tudo. Mas não nos peçam para nos calarmos diante da ignomínia!