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Sunday, June 10, 2007

NÃO ACONTECIA SE FOSSES PRETO PÁ...

Emigrante preso em Omã processa Estado



PAULO JULIÃO, Viana do Castelo

Esteve 82 dias na prisão por um crime que não cometeu
Aos 56 anos, Agostinho Alves, diz-se "desiludido" com o seu País e acusa as autoridades portugueses de o "extraditarem" para a Arábia Saudita sem o seu conhecimento. Há um ano, contou 82 dias na prisão por um crime que, reconheceu mais tarde o Tribunal de Omã, não cometeu. Exige agora que o Estado Português assuma as suas responsabilidades: "O que quero do meu País é que a Lei me faça Justiça. Alguém cometeu um erro e por isso alguém terá de pagar por ele", confessou ao DN.

Natural de Subportela, em Viana do Castelo, Agostinho, electricista de profissão, foi detido a 23 de Março de 2006, quando chegava ao aeroporto de Riade, na Arábia Saudita, na sequência de um mandado de captura emitido pela Interpol - Tinha sido julgado, à revelia, em Omã, onde também esteve emigrado, por alegada falsificação de dólares americanos, e condenado a cinco anos de prisão, depois reduzidos para metade.

Mal foi apanhado em Riade, foi levado para Omã. Ai, a 6 de Junho de 2006, foi considerado inocente e passados seis dias regressava a Lisboa. "O meu País mandou-me para Guantanamo" afirmou, na altura. Sentimento que pouco mudou, um ano depois. "Não há nada que me pague o que o meu País me deixou sofrer. Não há dinheiro, diamantes, nada, mas a Justiça vai ser feita", afirma. Já entregou o caso a um advogado. "Agora não vivo, sobrevivo", confessa.

Em Portugal, com as marcas psicológicas deste episódio bem vivas, foi proibido pelos médicos de trabalhar. Um Rendimento Social de Inserção de 600 euros e algumas esmolas servem para sustentar uma família com mulher e duas filhas menores. Passou os últimos 26 anos a trabalhar em vários países do mundo. "Corri o mundo inteiro a trabalhar, tinha assumido compromissos e o meu País atirou-me à lama", reconhece, lacónico, Agostinho Alves, sublinhando. "Ainda acredito que Portugal é um País justo, por isso alguém vai ter de responder pelo que me aconteceu".

SIM PORQUE PORTUGUESES SÃO FACILMENTE ENTREGUES ENQUANTO OS "NACIONAIS" E IMIGRANTES COM OUTRAS NACIONALIDADES FICAM IMPUNES PORQUE O NOSSO POLITICAMENTE CORRECTO "DÁ" TUDO SEM PEDIR NADFA EM TROCA.MAIS UM ASPECTO EM QUE SE PREVILIGIA O QUE É DE FORA EM DESFAVOR DO NACIONAL...LEGÍTIMO.