Emigrante preso em Omã processa Estado
PAULO JULIÃO, Viana do Castelo
Esteve 82 dias na prisão por um crime que não cometeu
Aos 56 anos, Agostinho Alves, diz-se "desiludido" com o seu País e acusa as autoridades portugueses de o "extraditarem" para a Arábia Saudita sem o seu conhecimento. Há um ano, contou 82 dias na prisão por um crime que, reconheceu mais tarde o Tribunal de Omã, não cometeu. Exige agora que o Estado Português assuma as suas responsabilidades: "O que quero do meu País é que a Lei me faça Justiça. Alguém cometeu um erro e por isso alguém terá de pagar por ele", confessou ao DN.
Natural de Subportela, em Viana do Castelo, Agostinho, electricista de profissão, foi detido a 23 de Março de 2006, quando chegava ao aeroporto de Riade, na Arábia Saudita, na sequência de um mandado de captura emitido pela Interpol - Tinha sido julgado, à revelia, em Omã, onde também esteve emigrado, por alegada falsificação de dólares americanos, e condenado a cinco anos de prisão, depois reduzidos para metade.
Mal foi apanhado em Riade, foi levado para Omã. Ai, a 6 de Junho de 2006, foi considerado inocente e passados seis dias regressava a Lisboa. "O meu País mandou-me para Guantanamo" afirmou, na altura. Sentimento que pouco mudou, um ano depois. "Não há nada que me pague o que o meu País me deixou sofrer. Não há dinheiro, diamantes, nada, mas a Justiça vai ser feita", afirma. Já entregou o caso a um advogado. "Agora não vivo, sobrevivo", confessa.
Em Portugal, com as marcas psicológicas deste episódio bem vivas, foi proibido pelos médicos de trabalhar. Um Rendimento Social de Inserção de 600 euros e algumas esmolas servem para sustentar uma família com mulher e duas filhas menores. Passou os últimos 26 anos a trabalhar em vários países do mundo. "Corri o mundo inteiro a trabalhar, tinha assumido compromissos e o meu País atirou-me à lama", reconhece, lacónico, Agostinho Alves, sublinhando. "Ainda acredito que Portugal é um País justo, por isso alguém vai ter de responder pelo que me aconteceu".
SIM PORQUE PORTUGUESES SÃO FACILMENTE ENTREGUES ENQUANTO OS "NACIONAIS" E IMIGRANTES COM OUTRAS NACIONALIDADES FICAM IMPUNES PORQUE O NOSSO POLITICAMENTE CORRECTO "DÁ" TUDO SEM PEDIR NADFA EM TROCA.MAIS UM ASPECTO EM QUE SE PREVILIGIA O QUE É DE FORA EM DESFAVOR DO NACIONAL...LEGÍTIMO.