Execução de comandante acusado de homossexualidade divide o Hamas
http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-03-01-Execucao-de-comandante-acusado-de-homossexualidade-divide-o-Hamas
Morte de Mahmoud Ishtiwi levou ao abandono de vários membros do Hamas, que questionam a validade das acusações de “depravação moral” de que o comandante foi alvo
Alexandre Costa
ALEXANDRE COSTA
Mahmoud Ishtiwi, um comandante das brigadas Izzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, foi torturado e executado por membros do grupo, segundo referem os media norte-americanos.
Ishtiwi contava 34 anos e tinha um longo historial no Hamas. Durante o conflito com Israel em 2014 foi responsável por mil combatentes e por uma rede de túneis de ataque. Foi morto no mês passado pelos seus colegas, com três tiros no peito, após um tribunal interno do Hamas o ter condenado por “depravação moral”, designação utilizada para as relações homossexuais.
O comandante começou por admitir ter ficado com dinheiro que era destinado para as brigadas, mas a rapidez com que confessou levou os responsáveis do Hamas a desconfiarem de que escondia algo mais. As investigações que levaram a cabo descobriram um homem que afirmou ter tido relações sexuais com ele, concluindo depois que o dinheiro que desviou se destinou ou a pagar por sexo ou para comprar o silêncio desse homem. Os responsáveis do Hamas consideraram que caso os serviços secretos israelitas soubessem da sua homossexualidade poderiam usar essa informação como chantagem, refere o “The New York Times”.
Ishtiwi não terá sido o primeiro a ser morto por membros do seu grupo, mas é contudo o primeiro caso em que os seus familiares denunciaram publicamente o sucedido.
Ibrahim al-Madhoun, escritor próximo do Hamas, indicou ao jornal norte americano que o sucedido reflete as mudanças ocorridas desde que Yehya Singar foi eleito para representar o Hamas no seu braço político: “Ele é mais duro que os outros líderes – ele quer que o seu exército seja puro”.
“O Hamas está a fraturar-se”, escreveu por seu turno a “Newsweek”, indicando que vários membros abandonaram o grupo por considerarem que “Ishtiwi foi assassinado por motivos internos mais do que pelo seu comportamento imoral”.
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