Procura-se
O meu artigo publicado hoje no Jornal Vida Económica:
-Ter governado, pelo menos, alguma outra instituição (empresa, associação desportiva ou de beneficência) ou departamento (do Estado, de uma empresa, etc.).
-Habilitações académicas: não exigível.
2) Perfil Pessoal
-Cidadania: portuguesa.
-Idade: maior de 50 anos.
-Sexo: Masculino.
-Baptizado: católico.
-Estado civil: casado ou viúvo.
-Não pertencer, nem nunca ter pertencido, a um partido político, quer como filiado quer como simpatizante.
-Personalidade: discreta, não-mediática.
-Pensão de reforma: não há.
-Casa, alimentação e tratamento de roupa.
-Carro de serviço, telefone e outras despesas associadas estritamente ao exercício da função..
4) Outras cláusulas contratuais
-Condições de exercício da função: poder absoluto.
-Duração do contrato: quatro anos (não renovável).
Procura-se
Por: Pedro Arroja
Nos últimos meses tenho vindo a defender nesta coluna que, nas últimas décadas, Portugal tem vindo a ser governado fora da sua cultura e, portanto, mal governado. A situação financeira ruinosa em que se encontra o Estado e muitas outras instituições portuguesas está aí para o comprovar.
Argumentei que certas instituições e processos económicos que são fontes de estabilidade social e de prosperidade para os países do norte da Europa são ruinosos para Portugal. Estão neste caso a moeda única, o mercado único, o Estado-Providência, a democracia-partidária, a ideia do Estado de Direito e o actual sistema de organização da justiça, etc.
Dois anos e meio depois de iniciado o processo de tutela governativa de Portugal pela Troika, numa altura em que foram pedidos os primeiros sacrifícios aos portugueses com a promessa de que as coisas iriam melhorar, o novo Orçamento do Estado, que esta semana começou a ser discutido na Assembleia da República, traz aos portugueses, não as melhorias prometidas, mas ainda mais sacrifícios. E a situação não vai ficar por aqui. Em breve, Portugal estará a negociar um segundo pacote de ajuda com a Troika, com a mesma certeza com que a Grécia estará a negociar o terceiro.
Se a actual arquitectura governativa arruinou o país e se mostra incapaz de o fazer recuperar, será então adequado pôr a questão: como é que Portugal se deve governar, qual seria a arquitectura governativa capaz de garantir a solvência do país e o fazer prosperar em paz e estabilidade social?.
Depois de reflectir, eu não encontrei melhor forma de responder sintética e eficazmente a esta questão do que sob a forma de um anúncio:
Procura-se
Cidadão para governar Portugal
1) Experiência profissional e habilitações
-Ter governado uma família com todos os filhos maiores de 21 anos.-Ter governado, pelo menos, alguma outra instituição (empresa, associação desportiva ou de beneficência) ou departamento (do Estado, de uma empresa, etc.).
-Habilitações académicas: não exigível.
2) Perfil Pessoal
-Cidadania: portuguesa.
-Idade: maior de 50 anos.
-Sexo: Masculino.
-Baptizado: católico.
-Estado civil: casado ou viúvo.
-Não pertencer, nem nunca ter pertencido, a um partido político, quer como filiado quer como simpatizante.
-Personalidade: discreta, não-mediática.
3) Vencimento e outras regalias:
-Vencimento mensal: 1 500 euros-Pensão de reforma: não há.
-Casa, alimentação e tratamento de roupa.
-Carro de serviço, telefone e outras despesas associadas estritamente ao exercício da função..
4) Outras cláusulas contratuais
-Condições de exercício da função: poder absoluto.
-Duração do contrato: quatro anos (não renovável).
O candidato escolhido será eleito entre todos os respondentes ao anúncio que cumpram as condições nele indicadas.
Em menos de dois anos, a economia portuguesa estaria a crescer vigorosamente, o desemprego a cair, os impostos a diminuir e as dívidas a serem pagas.