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Friday, November 4, 2011

DANOS COLATERAIS PARA O CONTRIBUINTE DA ECONOMIA DE CASINO...

Manuel Fino está a um passo de perder a Cimpor
Por Isabel Tavares, publicado em 4 Nov 2011 - 02:00 | Actualizado há 1 hora 25 minutos

As dívidas de 630 milhões de euros à banca e a desvalorização dos activos em que investiu põem o empresário em situação difícil

Aos 90 anos, Manuel Roseta Fino atravessou quase um século de regimes. A Salazar queixou-se dos prejuízos de 19 500 contos causados pela falta de protecção aduaneira e denunciou a conspiração de empresários rivais. Durante o governo Sócrates negociou garantias bancárias de milhões e pediu regimes de excepção para fazer despedimentos colectivos.
Com uma dívida ao sistema bancário de perto de 630 milhões de euros, cerca de 250 milhões ao BCP e o restante à Caixa Geral de Depósitos, as alternativas parecem ter-se esgotado. Os activos dados como garantia para cobrir os empréstimos (colaterais) desvalorizaram e os bancos poderão ter de executar. O processo pode ser acelerado pela revista da troika e do Banco de Portugal às principais carteiras de crédito dos bancos, cujos resultados serão conhecidos brevemente.
Não foi a primeira vez que um banco ficou com activos de Manuel Fino. Em 2009, a Caixa Geral de Depósitos viu-se obrigada a ficar com 9,56% da Cimpor. Mas o presidente do banco público, Faria de Oliveira, garantiu que não voltaria a negociar nos mesmo termos.
As condições do acordo realizado entre a CGD e a Investifino levaram o presidente da Caixa a ter de se explicar na Assembleia da República. Faria de Oliveira afirmou então que o negócio foi um “mal menor” e assegurou ainda que pelo menos “uma dúzia de empresas do PSI 20” tem acções como garantia de empréstimos. Mais tarde admitiu que dizer que no Parlamento que foi um “bom negócio para a Caixa” terá sido um exagero, acrescentando que foi, isso sim, o “melhor resultado para o problema”.
Segundo Faria de Oliveira, “a Caixa não perdeu garantias, melhorou o perfil de risco, nunca venderá as acções a um preço inferior ao que comprou e acrescido de uma remuneração boa e ajustada a este tipo de operações”. Por outro lado, a reestruturação e a redução da dívida da empresa resultou de “uma negociação difícil e demorada, que começou em Setembro [de 2008]”.
O presidente da CGD explicou ainda que podia ter executado a penhora, mas aqui as acções da Cimpor em bolsa teriam de ser vendidas rapidamente, porque “há uma proibição de manter quando resultam de penhora”.
Para Manuel Fino, sem dúvida, o negócio foi bom. As condições do acordo garantiram- -lhe um preço por acção de 4,75 euros, mais cerca de 25% que o valor do mercado, a manutenção dos direito de voto sobre 20,3% do capital da Cimpor, e uma opção de compra da participação da CGD durante três anos. O prazo termina em Fevereiro de 2012, mas é possível antever o desfecho.
Se a CGD teve, em 2009, necessidade de reforçar as garantias da Investifino junto do banco, sobretudo devido à desvalorização dos colaterais, em 2011 a situação agravou-se. Manuel Fino não respondeu a nenhum dos telefonemas do i, mas sabe--se que na altura era sua opinião que a Caixa Geral de Depósitos não devia adoptar qualquer medida, uma vez que a desvalorização das garantias “se devia exclusivamente à queda anormal das bolsas de valores e não ao incumprimento do serviço da dívida”. Hoje o serviço da dívida deverá custar àquele que já foi considerado pela revista “Exame” um dos 20 homens mais ricos de Portugal perto de 30 milhões de euros por ano.
Os principais investimentos de Manuel Fino são a Soares da Costa (ver página 3), a Cimpor e o BCP. O sector da construção está em queda 30% a 40%. No BCP, os mais de 80 milhões de euros (0,80%) valem agora um vigésimo, perto de 4 milhões de euros. A Cimpor é o activo mais valioso, mas deixa nas mãos do empresário um pouco menos de 377 milhões de euros (tendo em conta a cotação de ontem, 5,30 euros por acção).
E agora não é só a garantia de Faria de Oliveira de que não vai voltar a fazer um negócio nestes termos que está em cima da mesa. É também uma supervisão mais apertada, que obriga os bancos a provisionar créditos. As dívidas de centenas de milhões de euros de alguns privados, que recorreram a empréstimos para comprar acções e investir em privatizações, são colossais. Para dar alguns exemplos: Vasco de Mello (2,35 mil milhões), Pedro Teixeira Duarte (1,1 mil milhões), Berardo (mil milhões), Nuno Vasconcellos, da Ongoing (700 milhões).

OS EMPREGOS DO FERREIRA E DO "CAIXA" VARA NO BCP VÃO FIGURAR NO GUINESS ATÉ AO FIM DOS TEMPOS...COMO OS MAIS CAROS DO MUNDO!