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Tuesday, October 3, 2017

SÓ O SANGUE QUE ESCORRE DA CABEÇA DOS CATALÃES QUAL MENINO REFUGIADO AFOGADO EM PRAIA CONSEGUE COMOVER UM POUCO MAIS...

"Pôr os olhos" nele e baixá-los de vergonha
Ferreira Fernandes

Antes de entrar em Apelação, estranha palavra jurídica, o bairro da Quinta da Fonte, blocos de seis andares, com empenas aproveitadas para murais algo insólitos: Nelson Mandela, Bob Marley, Salgueiro Maia...

Quando daquela evocação feita ao trânsito de há 60 anos, o cabo-verdiano Dino fez contas e revelou: "Eu sou ainda mais velho do que esse tempo, nasci em 1947, ano de fome." Ingenuamente, acrescentou: "Mas não me lembro desse ano." Há coisas como os marcos miliários, que marcam e parecem desaparecidos até voltarem a surgir. Dino é de Assomada, da ilha de Santiago que tem um poema intitulado "Fómi 47". Um cabo-verdiano para se lembrar do ano de uma fome, é porque ela foi terrível.

Às vezes a memória vai fixar-se àquele sítio verdadeiro e não consciente que determina as ações humanas - por exemplo, as mulheres desatarem a fazer filhos depois das guerras. Dino, aos 25 anos, depois de um ciclo seguido de cinco anos de fome, reagiu, fugindo. Já não podia, como na morna Fómi 47, "desanimado com a minha vida/ procurei assinar para São Tomé" - as roças de cacau já não aceitavam trabalhadores. Veio para Lisboa, porque a capital do Império já aceitava imigrantes das ilhas africanas por causa dos tantos emigrados que lhe fugiam a salto.

"Lisboa, ahh...", disse um companheiro branco, sugerindo o gosto dos recém-chegados pelas delícias da cidade. O mulato, os companheiros julgavam-no negro, abanou o bigode: "Não. Fui logo para o Alentejo, para as pedreiras de Évora." Outro branco disse: "Há lá mármores muito bonitos." O cabo-verdiano voltou a emendar: "Isso é Estremoz, fui para Évora, pedreiras de brita, trabalho de pobre..." Com a cabeça faziam agora todos que sim, conversa de conterrâneos. Dino não lhes disse que os três filhos tinham abalado para França e Suíça, não calhou, conterrâneos não se contam banalidades. Falam da rua estreita que já levou ao Porto ou do ano em que se nasceu ser de fome, disso sim, mas emigrar não é conversa entre portugueses.

MAS NOTO QUE O FERREIRA FERNANDES COMEU O MURAL DO "CHE" AQUELE HERÓI QUE FUZILAVA PRESOS CAPITALISTAS E NÃO SÓ ENTRE AS REFEIÇÕES CAVIAR LÁ EM CUBA E NÃO DO ALENTEJO.EMBORA HAJA POR AÍ MUITO QUE GOSTARIAM DE FAZER O MESMO TENDO EM CONTA O COPIANÇO DO HÁBITO DO DITO HERÓI...
QUANTO A FOMES VÊ-SE QUE NAQUELE TEMPO EM CABO VERDE OS ANTI-FASSISTAS NÃO PUSERAM A DIVISÃO DA FAMOSA SARDINHA POR TRÊS OU QUATRO...
MAS PRONTOS PARA FINALIZAR O DINO DEPOIS DO PUGRESSO INSTITUIDO POR DECRETO EM CABO VERDE ACHOU POR BEM NÃO REGRESSAR SE É QUE ESTAVA MESMO CÁ NO ANTES DO 25 PORQUE PELOS VISTOS QUANTO HÁ MAIS TEMPO QUE ALEGADAMENTE CÁ ESTIVEREM MAIS DIREITOS TÊM...À CIDADE E AO RESTO DO ESTADO SOCIAL CLARO...
ENTRETANTO ESPALHOU COMO OUTROS MUITOS MILHARES OS SEUS REBENTOS PELA EUROPA FORA.DONDE AS NOTÍCIAS MACABRAS ACERCA DE "PORTUGUESES" NUNCA NOS CHEGAM COM FOTOGRAFIA AO LADO...
ENTRETANTO 2 QUERIDOS INDIANOS OU PAQUISTANESES OU AFINS QUE VENDIAM COUVES NO RC JÁ DEVEM TER TIDO OS PAPÉIS E FORAM-SE.ESTÃO LÁ OUTROS A AGUARDAR E CLARO A ENRIQUECER-NOS...