Wednesday, June 12, 2024

O PROFESSOR DE DIREITO QUE DEPOIS DE 50 ANOS NÃO VIU NADA TORTO NO SEU ESTADO DE DIREITO.NA DESCOLONIZAÇÃO HOUVE RESPEITO PELOS DIREITOS HUMANOS.FORAM PAGAS INDEMNIZAÇÕES ÀS PESSOAS ATINGIDAS?OU ERAM TODOS CRIMINOSOS?

Eduardo Vera-Cruz Pinto OPINIÃO 12 junho 2024 às 01:01 Portugal e a sua história colonial em África: o início de uma conversa necessária Os cidadãos dos Estados africanos, cujos povos foram colonizados por Portugal, os portugueses descendentes dos povos africanos colonizados, os africanos descendentes de portugueses que combateram o colonialismo precisam de ser plenamente aceites, ouvidos e respeitados em Portugal. Este é o início de uma conversa que deve ser feita para que a descolonização comece, finalmente, 50 anos depois das independências. Eduardo Vera-Cruz Pinto OPINIÃO 12 junho 2024 às 01:01 Leitura: 4 min Portugal e a sua história colonial em África: o início de uma conversa necessária Portugal deve assumir com responsabilidade o que foi o seu colonialismo. Reescrever o cânone historiográfico dominante sobre a presença de Portugal em África até às independências dos novos Estados, sem a intenção de substituir narrativas ainda dominantes, mas de as equilibrar, referindo e ampliando situações, pessoas e realidades ainda invisíveis pode ser o início de uma conversa necessária. Na sociedade portuguesa circulam, sem contraditório efetivo e horizontal, narrativas, crenças e projeções sobre o colonialismo em que não figuram as pessoas que foram racialmente discriminadas, politicamente perseguidas, socialmente diminuídas e pessoalmente humilhadas. Exercer contraditório, apresentar narrativas diferentes, partir de pontos de vista diversos, colocar-se no lugar dos outros é fundamental para um diálogo necessário sobre como o Passado colonial marcou diferenças no acesso aos direitos e aos bens e que se projeta no nosso Presente. Essa responsabilidade é em primeira linha de professores, historiadores, escritores que devem estar contra perspetivas unilaterais e parciais – sejam elas quais forem. skoiy-media-ad-placeholder-300600-pt.png As camadas de invisibilidade acumuladas no processo histórico das colonizações levaram a ignorâncias e insensibilidades deste lado do Atlântico que é preciso recuperar sem culpabilizações coletivas, anacronismos oportunistas, traumas geracionais ou medos indemnizatórios. É preciso conhecer o Passado para não o repetir no Presente. É necessário assumir as responsabilidades daí resultantes com a coragem das respostas políticas dirigidas aos povos colonizados e às pessoas em quem essa herança ainda pesa, numa Democracia europeia que respeita a civilidade jurídica do século XXI, prevenindo e combatendo a xenofobia e o racismo. Aqui “eu sou outro” (Rimbaud). Comecemos por colocar as coisas onde elas devem estar, dando importância aos testemunhos de colonizados confrontando-os com os de colonizadores, depoimentos de autoridades e declarações de pessoas comuns, de resistentes e de opressores, contando as histórias pessoais de sofrimento e dor, evitando imagens estereotipadas, jargões de oportunidade, discursos politicamente corretos e condicionamentos ideológicos. skoiy-media-ad-placeholder-300250-pt.png Publicar uma coleção documental com compilação de fontes identificadas e classificadas para o estudo do colonialismo português em África, num trabalho de equipas multidisciplinares e multinacionais. Convocar os pedagogos e educadores para saber o que ensinar nas escolas, dos consensos possíveis sobre esse passado tão dividido nas suas narrativas, passando assim às gerações futuras um testemunho plural, que previna a transmissão de preconceitos e de antagonismos herdados das políticas discriminatórias do colonialismo e da sua propaganda. A luta pela Justiça através do Direito é a melhor forma de atingir a paz na nossa sociedade. Dar aos cidadãos dos Estados dos povos colonizados igualdade de acesso a direitos, promovendo a sua plena integração na sociedade portuguesa através de uma política pública que efetive a igualdade de tratamento e de acesso a direitos, a concessão do estatuto de cidadão da CPLP, trabalhar na questão dos vistos articulada com a União Europeia que permita uma circulação de pessoas e bens com um mínimo de barreiras/burocracias entre os Estados que integram a comunidade. skoiy-media-ad-placeholder-300250-pt.png Os cidadãos dos Estados africanos, cujos povos foram colonizados por Portugal, os portugueses descendentes dos povos africanos colonizados, os africanos descendentes de portugueses que combateram o colonialismo precisam de ser plenamente aceites, ouvidos e respeitados em Portugal. Este é o início de uma conversa que deve ser feita para que a descolonização comece, finalmente, 50 anos depois das independências. Eduardo Vera-Cruz Pinto OPINIÃO 12 junho 2024 às 01:01 Leitura: 4 min Portugal e a sua história colonial em África: o início de uma conversa necessária Portugal deve assumir com responsabilidade o que foi o seu colonialismo. Reescrever o cânone historiográfico dominante sobre a presença de Portugal em África até às independências dos novos Estados, sem a intenção de substituir narrativas ainda dominantes, mas de as equilibrar, referindo e ampliando situações, pessoas e realidades ainda invisíveis pode ser o início de uma conversa necessária. Na sociedade portuguesa circulam, sem contraditório efetivo e horizontal, narrativas, crenças e projeções sobre o colonialismo em que não figuram as pessoas que foram racialmente discriminadas, politicamente perseguidas, socialmente diminuídas e pessoalmente humilhadas. Exercer contraditório, apresentar narrativas diferentes, partir de pontos de vista diversos, colocar-se no lugar dos outros é fundamental para um diálogo necessário sobre como o Passado colonial marcou diferenças no acesso aos direitos e aos bens e que se projeta no nosso Presente. Essa responsabilidade é em primeira linha de professores, historiadores, escritores que devem estar contra perspetivas unilaterais e parciais – sejam elas quais forem. As camadas de invisibilidade acumuladas no processo histórico das colonizações levaram a ignorâncias e insensibilidades deste lado do Atlântico que é preciso recuperar sem culpabilizações coletivas, anacronismos oportunistas, traumas geracionais ou medos indemnizatórios. É preciso conhecer o Passado para não o repetir no Presente. É necessário assumir as responsabilidades daí resultantes com a coragem das respostas políticas dirigidas aos povos colonizados e às pessoas em quem essa herança ainda pesa, numa Democracia europeia que respeita a civilidade jurídica do século XXI, prevenindo e combatendo a xenofobia e o racismo. Aqui “eu sou outro” (Rimbaud). Comecemos por colocar as coisas onde elas devem estar, dando importância aos testemunhos de colonizados confrontando-os com os de colonizadores, depoimentos de autoridades e declarações de pessoas comuns, de resistentes e de opressores, contando as histórias pessoais de sofrimento e dor, evitando imagens estereotipadas, jargões de oportunidade, discursos politicamente corretos e condicionamentos ideológicos. Publicar uma coleção documental com compilação de fontes identificadas e classificadas para o estudo do colonialismo português em África, num trabalho de equipas multidisciplinares e multinacionais. Convocar os pedagogos e educadores para saber o que ensinar nas escolas, dos consensos possíveis sobre esse passado tão dividido nas suas narrativas, passando assim às gerações futuras um testemunho plural, que previna a transmissão de preconceitos e de antagonismos herdados das políticas discriminatórias do colonialismo e da sua propaganda. A luta pela Justiça através do Direito é a melhor forma de atingir a paz na nossa sociedade. Dar aos cidadãos dos Estados dos povos colonizados igualdade de acesso a direitos, promovendo a sua plena integração na sociedade portuguesa através de uma política pública que efetive a igualdade de tratamento e de acesso a direitos, a concessão do estatuto de cidadão da CPLP, trabalhar na questão dos vistos articulada com a União Europeia que permita uma circulação de pessoas e bens com um mínimo de barreiras/burocracias entre os Estados que integram a comunidade. Os cidadãos dos Estados africanos, cujos povos foram colonizados por Portugal, os portugueses descendentes dos povos africanos colonizados, os africanos descendentes de portugueses que combateram o colonialismo precisam de ser plenamente aceites, ouvidos e respeitados em Portugal. Este é o início de uma conversa que deve ser feita para que a descolonização comece, finalmente, 50 anos depois das independências. Portugal e a sua história colonial em África: o início de uma conversa necessária Portugal deve assumir com responsabilidade o que foi o seu colonialismo. Reescrever o cânone historiográfico dominante sobre a presença de Portugal em África até às independências dos novos Estados, sem a intenção de substituir narrativas ainda dominantes, mas de as equilibrar, referindo e ampliando situações, pessoas e realidades ainda invisíveis pode ser o início de uma conversa necessária. Na sociedade portuguesa circulam, sem contraditório efetivo e horizontal, narrativas, crenças e projeções sobre o colonialismo em que não figuram as pessoas que foram racialmente discriminadas, politicamente perseguidas, socialmente diminuídas e pessoalmente humilhadas. Exercer contraditório, apresentar narrativas diferentes, partir de pontos de vista diversos, colocar-se no lugar dos outros é fundamental para um diálogo necessário sobre como o Passado colonial marcou diferenças no acesso aos direitos e aos bens e que se projeta no nosso Presente. Essa responsabilidade é em primeira linha de professores, historiadores, escritores que devem estar contra perspetivas unilaterais e parciais – sejam elas quais forem. skoiy-media-ad-placeholder-300600-pt.png As camadas de invisibilidade acumuladas no processo histórico das colonizações levaram a ignorâncias e insensibilidades deste lado do Atlântico que é preciso recuperar sem culpabilizações coletivas, anacronismos oportunistas, traumas geracionais ou medos indemnizatórios. É preciso conhecer o Passado para não o repetir no Presente. É necessário assumir as responsabilidades daí resultantes com a coragem das respostas políticas dirigidas aos povos colonizados e às pessoas em quem essa herança ainda pesa, numa Democracia europeia que respeita a civilidade jurídica do século XXI, prevenindo e combatendo a xenofobia e o racismo. Aqui “eu sou outro” (Rimbaud). Comecemos por colocar as coisas onde elas devem estar, dando importância aos testemunhos de colonizados confrontando-os com os de colonizadores, depoimentos de autoridades e declarações de pessoas comuns, de resistentes e de opressores, contando as histórias pessoais de sofrimento e dor, evitando imagens estereotipadas, jargões de oportunidade, discursos politicamente corretos e condicionamentos ideológicos. Publicar uma coleção documental com compilação de fontes identificadas e classificadas para o estudo do colonialismo português em África, num trabalho de equipas multidisciplinares e multinacionais. Convocar os pedagogos e educadores para saber o que ensinar nas escolas, dos consensos possíveis sobre esse passado tão dividido nas suas narrativas, passando assim às gerações futuras um testemunho plural, que previna a transmissão de preconceitos e de antagonismos herdados das políticas discriminatórias do colonialismo e da sua propaganda. A luta pela Justiça através do Direito é a melhor forma de atingir a paz na nossa sociedade. Dar aos cidadãos dos Estados dos povos colonizados igualdade de acesso a direitos, promovendo a sua plena integração na sociedade portuguesa através de uma política pública que efetive a igualdade de tratamento e de acesso a direitos, a concessão do estatuto de cidadão da CPLP, trabalhar na questão dos vistos articulada com a União Europeia que permita uma circulação de pessoas e bens com um mínimo de barreiras/burocracias entre os Estados que integram a comunidade. Os cidadãos dos Estados africanos, cujos povos foram colonizados por Portugal, os portugueses descendentes dos povos africanos colonizados, os africanos descendentes de portugueses que combateram o colonialismo precisam de ser plenamente aceites, ouvidos e respeitados em Portugal. Este é o início de uma conversa que deve ser feita para que a descolonização comece, finalmente, 50 anos depois das independências. Eduardo Vera-Cruz Pinto Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa ACORDASTE TARDE PÁ.E AINDA POR CIMA PREOCUPADO SÓ COM O QUE A MALTA TEM QUE "DAR" CÁ DENTRO SEM SEQUER PEDIRES RECIPROCIDADES AOS DE LÁ DE FORA.QUEM É QUE TE PAGA?

No comments: