Por que ninguém parou Anis Amri?
"Eu vou matar você!"
Por que ninguém parou Anis Amri? "Eu vou matar você!"
Antes Anis Amri matou onze pessoas em Berlim, ele estava constantemente a lidar com as autoridades. Ele roubou, estava lidando, contactado É lutadores.
O INDIGENATO EUROPEU É QUE NÃO É POUPADO.ENTÃO NOS ARRASTOS FISCAIS UI UI UI. ISTO É COMO AQUELE ANUNCIO DO SABONETE LUX.QUE É USADO POR NOVE DE CADA DEZ ESTRELAS...
Monday, July 3, 2017
UMA HISTÓRIA ENTERNECEDORA QUE ESQUECE OS MORTOS QUE PROVOCARAM...
PÚBLICO - O PIDE que liga pelo Natal ao primeiro homem que viu torturar
O PIDE que liga pelo Natal ao primeiro homem que viu torturar
CATARINA GOMES 24 comentários 958 partilhas
A história nunca contada de Fernando Colaço, um “insignificante” agente da PIDE.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
A verdade do assalto ao quartel de Beja 50 anos depois
Quando lhe bateram à porta do quarto no posto de comando do quartel de Beja, às 2h15 da madrugada do primeiro dia do ano de 1962, o major Calapez vestiu o capote e empunhou a sua pistola ‘Savage’ pronta a disparar. Nas vésperas, o coronel Stadlin Baptista, 1.º comandante do Regimento de Infantaria 3 na capital do Baixo Alentejo, passara-lhe o comando da unidade (para gozar licença) e tinha recebido informação, via telefone, do ministro do Exército, de que estaria a ser preparado um assalto ao quartel.
alerta até de madrugada da noite da passagem do ano, na ausência de movimentações, o 2.º comandante do regimento recolheu ao quarto no primeiro andar do quartel, mas não sem antes dar instruções precisas: passe-se o que se passar, comuniquem por telefone e em caso algum venham ao meu quarto sem prévia autorização ou ordem expressa.
por isso, quando ouviu aquelas três pancadas na porta do quarto e as movimentações do lado de fora, o major calapez pôs-se em guarda: estava em marcha o assalto ao quartel de beja.
a intentona foi planeada por humberto delgado, que entrou clandestinamente em portugal no dia 30 de dezembro de 1961, dormiu na pensão s. jorge, em lisboa, e viajou no dia seguinte para beja, na companhia de adolfo ayala.
o general sem medo ficou sempre na retaguarda das operações, nunca chegou a ir sequer perto do quartel – decidiu que só o faria depois de assegurado o sucesso do golpe com que pretendia iniciar o derrube do regime (a operação designava-se ‘caixa de fósforos’ e consistia em tomar o quartel e, com suas viaturas e material de guerra, fazer sair três colunas para proceder à sublevação das populações de beja, évora e algarve, montando um governo revolucionário nas serras do algarve sob a presidência de humberto delgado).
o golpe juntava uma brigada mista de militares (incluindo oficiais das forças armadas, entre os quais jaime carvalho da silva, pedroso marques, francisco pestana, brissos de carvalho, hipólito dos santos e filipe oliveira), comandados pelo capitão varela gomes, e civis (cerca de oitenta, entre os quais edmundo pedro, urbano tavares rodrigues, fernando piteira santos ou joaquim barradas de carvalho), sob a liderança de manuel serra – tendo estes vestido uniformes militares (edmundo pedro conta que foi a única vez que envergou farda, com divisas de capitão).
mal entreabriu a porta do quarto, mesmo já de sobreaviso (confirmara as suspeitas quando do exterior lhe responderam que era «o sargento da guarda» – que nunca abandona o posto), calapez foi ferido no tórax por um tiro disparado do exterior pelo grupo liderado por varela gomes que tinha a missão de prender o comandante do quartel: um ‘disparo acidental’, na versão dos revoltosos.
calapez ripostou quase em simultâneo. varela gomes ficou gravemente ferido no basso. a troca de tiros entre o major no interior do quarto e o grupo que o pretendia prender (entre os quais os tenentes filipe oliveira e hipólito dos santos) no exterior acabou com estes a baterem em retirada, carregando o capitão ferido (ainda com um segundo tiro) para o carro que o conduziria de imediato ao hospital da cidade.
calapez, já quase sem munições, aproveitou a oportunidade para comunicar por telefone (do quarto) para o exterior, pedindo o auxílio da gnr e da psp. e, após alguns encontros imediatos com assaltantes (que conta com pormenor ao longo de um manuscrito de 26 páginas em que descreve todos os acontecimentos), conseguiu chegar a uma arrecadação onde sabia estarem guardadas as pistolas-metralhadoras ‘vigneron’ chegadas há dias.
às escuras, para não ser descoberto pelos revoltosos que ouvia percorrerem os corredores à sua caça, armou e carregou uma metralhadora e saiu com quatro carregadores.
acabou por alcançar um átrio lateral do quartel, elevado, junto à capela, de onde controlava a porta de armas e avistava o acesso à cidade.
conquistou posição e confirmou o que já suspeitava: que os seus homens aquartelados tinham ficado presos nas casernas e o quartel estava tomado pelo grupo de assaltantes, militares e civis com uniformes do exército, mas vários com sapatilhas. o grupo contara com a conivência de três oficiais no interior do quartel, que abriram as portas, anularam os sentinelas e trancaram as casernas.
calapez foi eliminando vários revoltosos enquanto esperava pela chegada de reforços. que tardavam. tanto que o major, temendo ficar a descoberto com o nascer do dia, foi buscá-los a beja, já com o capitão camilo delgado. e ele próprio organizou o cerco ao quartel e o ataque final.
o balanço das vítimas mortais do assalto ao quartel de beja nunca foi divulgado. mas foram muitos mais do que os publicamente conhecidos.
nos jornais da época regista-se sobretudo o falhanço da intentona e a morte do subsecretário de estado do exército, coronel jaime filipe da fonseca, atingido a tiro quando saía do carro junto ao quartel – nunca se esclareceu o porquê da sua presença.
o golpe falhou. pela primeira vez, oficiais do exército foram entregues à pide. os que conseguiram fugir (incluindo edmundo pedro, manuel serra e eugénio oliveira) acabariam por ser apanhados. foram julgados e condenados. humberto delgado não. mal a coisa começou a dar para o torto, deixou beja – diz-se que saiu de portugal, disfarçado, no comboio ‘foguete’ – começou aí a missão de rosa casaco, que terminou como se sabe.
henrique calapez silva martins nasceu em silves no dia 6 de março de 1918. completou os estudos na escola do exército e foi o primeiro oficial português a desembarcar em timor depois do armistício, em 1945, integrado na força internacional que devolveu a portugal a soberania sobre o território ocupado pelas tropas japonesas. deixou timor, onde içou a bandeira portuguesa, em 1946, para cumprir missão em moçambique (1948-49). esteve depois em tomar (onde foi colega de armas de varela gomes, com quem, aliás, jogava ténis) e em abrantes, antes de ser colocado (em 1950) no regimento de infantaria 3 em beja, onde passou a 2.º comandante em 1960. durante a guerra colonial, comandou o batalhão de caçadores 505, no catete, angola (1963-65), e cumpriu missões em cabo verde (comandante militar da ilha, 1967-69) e na guiné (presidente do supremo tribunal militar, 1969-70).
regressou a beja em 1970, para comandar o drm até 1973, ano em que foi eleito deputado à assembleia nacional. nos arquivos digitais do parlamento não há registo de intervenções, mas na cronologia do site abril de novo é-lhe atribuída em janeiro de 1974 a defesa da «necessidade premente da actualização do sistema penal a todos os actos de subversão e de terrorismo praticados no país».
no dia 11 de março de 1975, o coronel calapez é preso na sua residência em beja. recusa cumprir a ordem do primeiro mandado de captura por não estar assinada por um graduado superior. ao segundo mandado, assinado por rosa coutinho, o ‘almirante vermelho’, apresenta-se no quartel de beja, de onde é transferido primeiro para pinheiro de cruz e depois para a prisão de caxias.
silvério é o nome do seu carcereiro. um silvense de origens humildes e cuja mãe, desde que enviuvou e ficou a seu cargo com numerosa prole, o pai do coronel calapez ajudara.
henrique martins, o pai, foi um emérito republicano, maçon e filantropo, amigo e correligionário de afonso costa, que liderou o partido democrático no algarve durante a 1.ª república. no estado novo, liderou a oposição a salazar na região e resistiu sempre à perseguição do regime ao jornal de que era proprietário e director – a voz do sul, cuja linha editorial crítica lhe valeu o veto dos anunciantes e a permanente censura.
curiosamente, henrique calapez foi delegado da comissão de censura em beja (como consta da sua ficha parlamentar: foi também comandante distrital da legião portuguesa de beja, adjunto da defesa civil no território do distrito, director do centro de milícia da lp bejense e adjunto da delegação provincial do baixo alentejo da legião portuguesa).
silvério tornou menos difíceis os meses de reclusão do coronel em caxias. e permitiu, por exemplo, que a família assistisse à troca de alianças e de votos nas bodas de prata de henrique calapez com delfina neves, a sua companheira em mais de 50 anos de casamento, que esteve com ele sempre, mesmo durante a guerra colonial, e com quem teve cinco filhos, sete netos e uma bisneta.
calapez sempre reservou público e honroso silêncio sobre a sua versão dos acontecimentos em que, sozinho, logrou frustrar o assalto ao quartel de beja. apesar do falhanço, amílcar cabral referir-se-lhe-ia como «mais uma vitória do povo português» (meses antes ocorrera o assalto ao santa maria).
em 1987, por ocasião da presidência aberta ‘alentejo verde’, mário soares, à chegada a beja, diria: «se não fosse um tal de major calapez, o 25 de abril teria sido 15 anos antes».
o coronel, na reserva, pegou na medalha que lhe fora atribuída por proposta do governo e devolveu-a ao então primeiro-ministro, cavaco silva, explicando em carta, em súmula, que prescindia dela – até porque tinha muitas outras (de comportamento exemplar, grau de ouro, comendador da ordem de avis, cinco de campanha por timor, moçambique, angola, cabo verde e guiné, duas da legião portuguesa, duas de mérito militar e duas de valor militar).
henrique calapez silva martins faleceu no sábado. teve honras militares, mas só familiares e amigos acompanharam a sua última viagem.
Almirone • há 7 anos
HORACA
O Calapez usou uma Savage, porque o Regimento ainda não tinha s Walthrer, nem tinha Parabellum. Era o que tinha no quarto dos Comandantes. Se ele estivesse prevenido tinha levado para lá uma Vinheron. Nesse tempo tudo o que era novo tinha ido para Angola; ou, havia meia dúzia na AM e na EPI. A tropa ainda andava em Angola com a Mauser. O assalto ao RI3 foi uma foleirada de tropa fandanga; segundo soube, o Brissos e o Sargento da Guarda franquearam a entrada àqueles paisanos mascarados de militares, e, entraram nas calmas como se aquilo fosse trigo limpo. O telefonista viu pela janela que dá para a porta de armas e avisou o Calapez. Quando o Varela Gomes lhe falou de fora batendo à porta, ele enfiou-lhe um tiro através da porta de baixo para cima que o deitou logo abaixo, porque o tiro foi quase mortal. Esteve lá muitos anos o furo na porta, como se fosse uma relíquia. Pelo que vi o Calapez quando disparou estava deitado ou agachado colado à parede. O resto desta história, aqui contada, é muito adequada a julgamento em Tribunal Militar, e, para não parecer demasiada a fandangada do Humberto Delgado. Os assaltantes de passeio, que esperavam que o Calapez se entregasse com paleio, apanharam um grande cagaço e deram de frosques, antes que a comunada fosse toda conversar com a PIDE. Depois abriu a caça aos fantasmas durante a noite. Eles fugiram mais depressa do que entraram e andaram num sarilho para abalar. Depois foi morto o Sec de Estado pela GNR, quando apeou a 500M e avançou pela estrada à campeão para o portão, sendo abatido quando estava a 50M. Isto é que não se entende; porque só morreu ele. Agora que o Humberto Delgado foi àquilo ao engano, isso já foi dito. Quanto a Calapez ter sido avisado pelo Comandante é muito estranho. Isso não retira o mérito militar ao Calapez, de ter defendido em acção individual o seu Regimento; a Lei manda fazer, não diz como...
NOS PAÍSES SOCIALISTAS O QUE ACONTECE A PESSOAL DE REVOLTAS?FICA ALGUM PARA CONTAR A HISTÓRIA?
O PIDE que liga pelo Natal ao primeiro homem que viu torturar
CATARINA GOMES 24 comentários 958 partilhas
A história nunca contada de Fernando Colaço, um “insignificante” agente da PIDE.
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A verdade do assalto ao quartel de Beja 50 anos depois
Quando lhe bateram à porta do quarto no posto de comando do quartel de Beja, às 2h15 da madrugada do primeiro dia do ano de 1962, o major Calapez vestiu o capote e empunhou a sua pistola ‘Savage’ pronta a disparar. Nas vésperas, o coronel Stadlin Baptista, 1.º comandante do Regimento de Infantaria 3 na capital do Baixo Alentejo, passara-lhe o comando da unidade (para gozar licença) e tinha recebido informação, via telefone, do ministro do Exército, de que estaria a ser preparado um assalto ao quartel.
alerta até de madrugada da noite da passagem do ano, na ausência de movimentações, o 2.º comandante do regimento recolheu ao quarto no primeiro andar do quartel, mas não sem antes dar instruções precisas: passe-se o que se passar, comuniquem por telefone e em caso algum venham ao meu quarto sem prévia autorização ou ordem expressa.
por isso, quando ouviu aquelas três pancadas na porta do quarto e as movimentações do lado de fora, o major calapez pôs-se em guarda: estava em marcha o assalto ao quartel de beja.
a intentona foi planeada por humberto delgado, que entrou clandestinamente em portugal no dia 30 de dezembro de 1961, dormiu na pensão s. jorge, em lisboa, e viajou no dia seguinte para beja, na companhia de adolfo ayala.
o general sem medo ficou sempre na retaguarda das operações, nunca chegou a ir sequer perto do quartel – decidiu que só o faria depois de assegurado o sucesso do golpe com que pretendia iniciar o derrube do regime (a operação designava-se ‘caixa de fósforos’ e consistia em tomar o quartel e, com suas viaturas e material de guerra, fazer sair três colunas para proceder à sublevação das populações de beja, évora e algarve, montando um governo revolucionário nas serras do algarve sob a presidência de humberto delgado).
o golpe juntava uma brigada mista de militares (incluindo oficiais das forças armadas, entre os quais jaime carvalho da silva, pedroso marques, francisco pestana, brissos de carvalho, hipólito dos santos e filipe oliveira), comandados pelo capitão varela gomes, e civis (cerca de oitenta, entre os quais edmundo pedro, urbano tavares rodrigues, fernando piteira santos ou joaquim barradas de carvalho), sob a liderança de manuel serra – tendo estes vestido uniformes militares (edmundo pedro conta que foi a única vez que envergou farda, com divisas de capitão).
mal entreabriu a porta do quarto, mesmo já de sobreaviso (confirmara as suspeitas quando do exterior lhe responderam que era «o sargento da guarda» – que nunca abandona o posto), calapez foi ferido no tórax por um tiro disparado do exterior pelo grupo liderado por varela gomes que tinha a missão de prender o comandante do quartel: um ‘disparo acidental’, na versão dos revoltosos.
calapez ripostou quase em simultâneo. varela gomes ficou gravemente ferido no basso. a troca de tiros entre o major no interior do quarto e o grupo que o pretendia prender (entre os quais os tenentes filipe oliveira e hipólito dos santos) no exterior acabou com estes a baterem em retirada, carregando o capitão ferido (ainda com um segundo tiro) para o carro que o conduziria de imediato ao hospital da cidade.
calapez, já quase sem munições, aproveitou a oportunidade para comunicar por telefone (do quarto) para o exterior, pedindo o auxílio da gnr e da psp. e, após alguns encontros imediatos com assaltantes (que conta com pormenor ao longo de um manuscrito de 26 páginas em que descreve todos os acontecimentos), conseguiu chegar a uma arrecadação onde sabia estarem guardadas as pistolas-metralhadoras ‘vigneron’ chegadas há dias.
às escuras, para não ser descoberto pelos revoltosos que ouvia percorrerem os corredores à sua caça, armou e carregou uma metralhadora e saiu com quatro carregadores.
acabou por alcançar um átrio lateral do quartel, elevado, junto à capela, de onde controlava a porta de armas e avistava o acesso à cidade.
conquistou posição e confirmou o que já suspeitava: que os seus homens aquartelados tinham ficado presos nas casernas e o quartel estava tomado pelo grupo de assaltantes, militares e civis com uniformes do exército, mas vários com sapatilhas. o grupo contara com a conivência de três oficiais no interior do quartel, que abriram as portas, anularam os sentinelas e trancaram as casernas.
calapez foi eliminando vários revoltosos enquanto esperava pela chegada de reforços. que tardavam. tanto que o major, temendo ficar a descoberto com o nascer do dia, foi buscá-los a beja, já com o capitão camilo delgado. e ele próprio organizou o cerco ao quartel e o ataque final.
o balanço das vítimas mortais do assalto ao quartel de beja nunca foi divulgado. mas foram muitos mais do que os publicamente conhecidos.
nos jornais da época regista-se sobretudo o falhanço da intentona e a morte do subsecretário de estado do exército, coronel jaime filipe da fonseca, atingido a tiro quando saía do carro junto ao quartel – nunca se esclareceu o porquê da sua presença.
o golpe falhou. pela primeira vez, oficiais do exército foram entregues à pide. os que conseguiram fugir (incluindo edmundo pedro, manuel serra e eugénio oliveira) acabariam por ser apanhados. foram julgados e condenados. humberto delgado não. mal a coisa começou a dar para o torto, deixou beja – diz-se que saiu de portugal, disfarçado, no comboio ‘foguete’ – começou aí a missão de rosa casaco, que terminou como se sabe.
henrique calapez silva martins nasceu em silves no dia 6 de março de 1918. completou os estudos na escola do exército e foi o primeiro oficial português a desembarcar em timor depois do armistício, em 1945, integrado na força internacional que devolveu a portugal a soberania sobre o território ocupado pelas tropas japonesas. deixou timor, onde içou a bandeira portuguesa, em 1946, para cumprir missão em moçambique (1948-49). esteve depois em tomar (onde foi colega de armas de varela gomes, com quem, aliás, jogava ténis) e em abrantes, antes de ser colocado (em 1950) no regimento de infantaria 3 em beja, onde passou a 2.º comandante em 1960. durante a guerra colonial, comandou o batalhão de caçadores 505, no catete, angola (1963-65), e cumpriu missões em cabo verde (comandante militar da ilha, 1967-69) e na guiné (presidente do supremo tribunal militar, 1969-70).
regressou a beja em 1970, para comandar o drm até 1973, ano em que foi eleito deputado à assembleia nacional. nos arquivos digitais do parlamento não há registo de intervenções, mas na cronologia do site abril de novo é-lhe atribuída em janeiro de 1974 a defesa da «necessidade premente da actualização do sistema penal a todos os actos de subversão e de terrorismo praticados no país».
no dia 11 de março de 1975, o coronel calapez é preso na sua residência em beja. recusa cumprir a ordem do primeiro mandado de captura por não estar assinada por um graduado superior. ao segundo mandado, assinado por rosa coutinho, o ‘almirante vermelho’, apresenta-se no quartel de beja, de onde é transferido primeiro para pinheiro de cruz e depois para a prisão de caxias.
silvério é o nome do seu carcereiro. um silvense de origens humildes e cuja mãe, desde que enviuvou e ficou a seu cargo com numerosa prole, o pai do coronel calapez ajudara.
henrique martins, o pai, foi um emérito republicano, maçon e filantropo, amigo e correligionário de afonso costa, que liderou o partido democrático no algarve durante a 1.ª república. no estado novo, liderou a oposição a salazar na região e resistiu sempre à perseguição do regime ao jornal de que era proprietário e director – a voz do sul, cuja linha editorial crítica lhe valeu o veto dos anunciantes e a permanente censura.
curiosamente, henrique calapez foi delegado da comissão de censura em beja (como consta da sua ficha parlamentar: foi também comandante distrital da legião portuguesa de beja, adjunto da defesa civil no território do distrito, director do centro de milícia da lp bejense e adjunto da delegação provincial do baixo alentejo da legião portuguesa).
silvério tornou menos difíceis os meses de reclusão do coronel em caxias. e permitiu, por exemplo, que a família assistisse à troca de alianças e de votos nas bodas de prata de henrique calapez com delfina neves, a sua companheira em mais de 50 anos de casamento, que esteve com ele sempre, mesmo durante a guerra colonial, e com quem teve cinco filhos, sete netos e uma bisneta.
calapez sempre reservou público e honroso silêncio sobre a sua versão dos acontecimentos em que, sozinho, logrou frustrar o assalto ao quartel de beja. apesar do falhanço, amílcar cabral referir-se-lhe-ia como «mais uma vitória do povo português» (meses antes ocorrera o assalto ao santa maria).
em 1987, por ocasião da presidência aberta ‘alentejo verde’, mário soares, à chegada a beja, diria: «se não fosse um tal de major calapez, o 25 de abril teria sido 15 anos antes».
o coronel, na reserva, pegou na medalha que lhe fora atribuída por proposta do governo e devolveu-a ao então primeiro-ministro, cavaco silva, explicando em carta, em súmula, que prescindia dela – até porque tinha muitas outras (de comportamento exemplar, grau de ouro, comendador da ordem de avis, cinco de campanha por timor, moçambique, angola, cabo verde e guiné, duas da legião portuguesa, duas de mérito militar e duas de valor militar).
henrique calapez silva martins faleceu no sábado. teve honras militares, mas só familiares e amigos acompanharam a sua última viagem.
Almirone • há 7 anos
HORACA
O Calapez usou uma Savage, porque o Regimento ainda não tinha s Walthrer, nem tinha Parabellum. Era o que tinha no quarto dos Comandantes. Se ele estivesse prevenido tinha levado para lá uma Vinheron. Nesse tempo tudo o que era novo tinha ido para Angola; ou, havia meia dúzia na AM e na EPI. A tropa ainda andava em Angola com a Mauser. O assalto ao RI3 foi uma foleirada de tropa fandanga; segundo soube, o Brissos e o Sargento da Guarda franquearam a entrada àqueles paisanos mascarados de militares, e, entraram nas calmas como se aquilo fosse trigo limpo. O telefonista viu pela janela que dá para a porta de armas e avisou o Calapez. Quando o Varela Gomes lhe falou de fora batendo à porta, ele enfiou-lhe um tiro através da porta de baixo para cima que o deitou logo abaixo, porque o tiro foi quase mortal. Esteve lá muitos anos o furo na porta, como se fosse uma relíquia. Pelo que vi o Calapez quando disparou estava deitado ou agachado colado à parede. O resto desta história, aqui contada, é muito adequada a julgamento em Tribunal Militar, e, para não parecer demasiada a fandangada do Humberto Delgado. Os assaltantes de passeio, que esperavam que o Calapez se entregasse com paleio, apanharam um grande cagaço e deram de frosques, antes que a comunada fosse toda conversar com a PIDE. Depois abriu a caça aos fantasmas durante a noite. Eles fugiram mais depressa do que entraram e andaram num sarilho para abalar. Depois foi morto o Sec de Estado pela GNR, quando apeou a 500M e avançou pela estrada à campeão para o portão, sendo abatido quando estava a 50M. Isto é que não se entende; porque só morreu ele. Agora que o Humberto Delgado foi àquilo ao engano, isso já foi dito. Quanto a Calapez ter sido avisado pelo Comandante é muito estranho. Isso não retira o mérito militar ao Calapez, de ter defendido em acção individual o seu Regimento; a Lei manda fazer, não diz como...
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OPINIÃO
O que de mais importante se passa hoje nas democracias passa-se na América de Trump
JOSÉ PACHECO PEREIRA 2 partilhas
É nos EUA, é na política americana que se encontra a chave para travar e, a prazo, remover Donald Trump.
ANDAM A IR BUSCÁ-LO ONDE O HÁ. ADSE E MISERICÓRDIAS...
ADSE quer garantir benefícios a ex-políticos
A nova proposta de diploma sobre a ADSE prevê que os titulares de cargos políticos, membros de gabinetes e titulares de subvenções mensais vitalícias tenham direito à ADSE, independentemente da idade. Para os cônjuges, a proposta está limitada aos 65 anos.
É A TAL HISTÓRIA DAS CIGARRAS E DAS FORMIGUINHAS...
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MARCELO E AS INVESTIGAÇÕES AO QUE ISTO CHEGOU
Marcelo defende "investigação que apure tudo, factos e responsabilidades"
Presidente da República defende a aplicação de medidas cautelares durante a investigação do roubo de material de guerra em Tancos
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje "uma investigação que apure tudo, factos e responsabilidades", no caso do furto de material de guerra que ocorreu na semana passada nos Paióis de Tancos.
SABEMOS QUE ANDA TUDO A SER INVESTIGADO POR AÍ.E PELOS VISTOS OS QUE AINDA NÃO FORAM PRECISAM.COISA DE REPÚBLICA DE ADVOGADOS...
MAS JÁ SABEMOS QUE POR EXEMPLO O SEF TEM FALTA DE "INVESTIGADORES" O QUE ALIADO ÀS LEIS INTERNACIONALISTAS MODERNAS NOS ENCHERAM E NOS TORNARAM O SANTUÁRIO DE RECUO DE TODO O LIXO DO UNIVERSO.LIXO ESSE QUE TEM QUE FAZER PELA VIDA E IMPOR A SUA VONTADE O QUE NÃO É DIFÍCIL PERANTE O REBANHO DE CORDEIRINHOS EM QUE TORNARAM OS PORTUGUESES EM QUE HÁ UMA ÚNICA COISA QUE É MUITO ACARINHADA:IR AO TOMAR NO CU COM OU SEM UMAS LINHAS DE COCA...
OS SEGUIDORES DO ARISTIDES DA SOUSA MENDES, DO AMÍLCAR CABRAL E DA RELIGIÃO DO ÚNICO DEUS VERDADEIRO SENTEM-SE BEM E COM DIREITO A SUBSÍDIO E SERÃO JÁ "PORTUGUESES" DE GEMA.ALGUÉM TEM QUE PAGAR A FACTURA, ALÉM CLARO DOS SUBSÍDIOS...QUE COMO SE SABE TORNARAM "JUSTOS" A TRANSFORMAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MORTE E VIOLÊNCIA POR MANTEIGA PARA TODOS...
PS
O MUNDO ACOLHIDO, SEMPRE BOAS PESSOAS, VÃO PARANDO, OLHANDO E ESCUTANDO.DEPOIS DÃO A GOLPADA.PRIMEIRO FORAM AS OURIVESARIAS AGORA SÃO ARMAS E EXPLOSIVOS.ESTAMOS ENTRETANTO RICOS E SEM DÍVIDAS!
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Sunday, July 2, 2017
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Italia pide a España y a otros países mediterráneos que ayuden a desembarcar migrantes
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