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Sunday, May 26, 2013

OS NOSSOS INTERNACIONALISTAS NÃO ENTREGARAM TUDO O QUE TINHA PRETO E NÃO ERA NOSSO?E ALGUÉM SE PREOCUPOU COM AS CONSEQUÊNCIAS PARA OS PORTUGUESES LEGÍTIMOS?ALGUNS VIVENDO LÁ HÁ CENTENAS DE ANOS?E QUE ATÉ FORAM CONFISCADOS?FAZER RETORNAR QUEM ANDA A VIVER DOS IMPOSTOS DOS PORTUGUESES TEM POR ISSO MORAL...

Janos do multiculturalismo










É evidente que em cenário de crise - que já não é crise, é declínio, empobrecimento que veio para ficar - a questão das minorias étnicas, até há pouco entendida como mero resultado de migrações de força de trabalho, assume a real dimensão de um problema civilizacional. Altercações de bairro, tensões de vizinhança, suspeição e xenofobia sempre existiram. Durante os anos de falsa abundância endividada, pensaram os sociólogos que tudo se reduzia à desigualdade de oportunidades, a diferenças de rendimento e propriedade, bem como a pontuais dificuldades de inserção. Os problemas eram calados com subsídios, as ONG's lucravam com o paternalismo da caridade laica, inventavam-se lugares para gente que não produzia, escolas e programas para os que não queriam estudar, linhas a fundo perdido para dourar a auto-estima daqueles que se pensava queriam entrar na Cidade herdeira do Iluminismo, da revolução da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Um magrebino, um paquistanês ou um bangla queriam, cada uma à sua maneira, transformar-se em europeus. 

Porém, na década de 90, a Europa descobriu que na agonizante Jugoslávia croatas matavam sérvios, que bósnios eram massacrados por croatas, que albaneses trucidavam sérvios com uma ferocidade tamanha que até o mais escorreito e miserável cardápio do linearismo marxista se mostrava impotente para compreender a profundidade das raízes que levam ao choque. Aquela gente havia morado paredes meias durante séculos - ortodoxos, católicos e muçulmanos viviam nos mesmos bairros e aldeias - a estrutura das diferentes comunidades era similar, sendo também análogas as possibilidades de ascensão social, o reconhecimento e recompensa pelo mérito de cada um. Não fosse a dimensão intangível da religião, da maneira de ver o mundo, da honra e dos deveres que cada um transportava, a Jugoslávia era um modelo eloquente de triunfo de uma ideia artificial de nação acima da ferocidade tribal. Tudo isso ruiu em meses.

Infelizmente, na Europa Ocidental, ninguém quis estudar o tema. Havia, é certo, uma Frente Nacional em França, o discurso "anti-imigração" ia conquistando adeptos, as comunidades migrantes iam-se enquistando em guetos, respondendo aos infantis chamamentos da assimilação com algo que então foi tolamente interpretado como um direito à diferença. Para alindar o problema que se acastelava, inventou-se - nobilitando-o com a chancela da universidade - o multiculturalismo. É evidente que nessa empresa jogou forte o oportunismo da extrema-esquerda anti-democrática em busca de novos nichos eleitorais, como forte jogou o capitalismo do lucro-imediato que reduz a vida social ao mercado. Agora sabe-se que a própria ideia de Europa, confundida com apaziguamento pelo consenso democrático, nada diz a populações que possuem uma hierarquia de valores que não só desprezam (como odeiam) o principio democrático, como contra ele se rebelam em nome de uma verdade inegociável e superior de natureza religiosa. A macabra decapitação londrina, os graves incidentes de ontem na Suécia, a guerra dos minaretes na Suíça, a matança congeminada por Breivik na Noruega, a quase guerra interétnica na Bélgica, na Holanda, na Áustria e em França, a instalação do caos na Grécia, tudo são manifestações claras de algo que vai abrir portas a uma nova era. É tempo, decididamente, dos governantes europeus pensarem, legislarem e agirem para evitar o pior pois, tudo o indica, estamos na iminência de algo de terrível. A Europa, pela estupidez de angelismos, abstrações e agendas para a desestabilização está a caminho de novas formas de hitlerismo.

Há anos, de passagem por Lisboa, fui em romagem ao Mosteiro dos Jerónimos. Era um dia de semana. Para além dos turistas, deparei-me com outra enchente, desta vez miúdos de uma qualquer escola secundária. Eram aos centos. As professoras gritavam, urravam mesmo, para impor autoridade a essa mole de rapazes e raparigas trazidos dos arrabaldes da capital. Verifiquei que as turmas eram, na sua grande maioria, mistas; ou seja, em cada trinta alunos, mais de metade constituídas por gente oriunda das áfricas, das ásias e até de mais longe. Tentei estudar-lhes o semblante. A professora lá ia gritando a aula. O olhar dos alunos era apagado, distante, de olímpica desatenção. Ali falta tudo: a curiosidade, o interesse pela matéria portuguesa, a falta de compreensão pela ideia de Portugal. Saí dali com a clara sensação que a cidadania não se faz. Ou se tem, ou não passa de ficção.