Sunday, December 14, 2014

COMO SE VÊ QUANTAS MAIS EMPRESAS TEMOS MAIS DEMOCRATAS SOMOS...COM AMIGOS EM TODO O LADO COMO SÓCRATES ESTAVA...

A ascensão do amigo de Sócrates, desde Teixoso aos milhões investigados pela polícia
JOSÉ ANTÓNIO CEREJO 14/12/2014 - 07:23
Passa das seis dezenas o número de empresas, algumas já extintas ou sem actividade, nas quais Carlos Santos Silva enriqueceu. Algumas faliram com milhões de euros de dívidas, mas o seu pecúlio nunca deixou de crescer com a ajuda de amigos bem colocados. Uma offshore na Madeira é agora o seu principal veículo.

O homem de bastidores que nem fotografias deixa no seu rasto
Empresas ligadas a Santos Silva são as que mais ganharam com obras da Parque Escolar
O grupo HLC e a Conegil foram por água abaixo há uma década, com dezenas de milhões de euros de dívidas. A Constrope, a Congevia, a Gigabeira têm processos de insolvência pendentes. O grupo Lena estava à beira o abismo em 2010, quando José Sócrates lhe encontrou uma bóia de salvação na Venezuela. Em comum, estas empresas e grupos do sector das obras públicas têm, ou tiveram, o nome de Carlos Manuel dos Santos Silva, o misterioso engenheiro de Belmonte que está preso e é suspeito da prática de vários crimes, juntamente com o ex-primeiro-ministro. Mas contrariamente às empresas que fecharam portas sem pagar salários, ou despediram muitos dos seus trabalhadores, Santos Silva não tem parado de enriquecer.

Prova disso, além dos milhões de euros que o Ministério Público encontrou nas suas contas, parte dos quais os investigadores suspeitam que pertençam a Sócrates, é a compra do luxuoso apartamento em que o ex-primeiro ministro viveu em Paris e dos três andares que pertenciam à mãe do amigo.

A fortuna acumulada pelo empresário tem certamente a ver com alguns grandes contratos aos quais as suas amizades não serão estranhas — caso dos projectos para a Venezuela, mas também do negócio dos aterros sanitários e das obras do Ministério da Administração Interna à época em que Sócrates e Armando Vara tutelavam essas áreas. No entanto, para lá dessas grandes operações, o seu sucesso pessoal prende-se com uma estratégia baseada na dispersão dos seus interesses em múltiplas empresas e nas suas ligações a muitas outras pessoas certas, nos locais e nos momentos certos.

Mais de 60 empresas
Iniciada na segunda metade dos anos 80 em Teixoso e Canhoso, duas povoações vizinhas dos arredores da Covilhã, onde chegou a ter mais de uma dezena de empresas num andar de habitação e em duas lojas, a sua actividade empresarial começou pelos distritos de Castelo Branco e da Guarda. O seu mercado por excelência era (e ainda é) o das obras públicas, fossem elas camarárias — com grande destaque para os municípios de Belmonte, Covilhã e Castelo Branco —, da antiga Junta Autónoma de Estradas, ou escolares, em particular da Universidade da Beira Interior (UBI).

Nas câmaras, para lá das afinidades políticas, sobretudo com os autarcas do PS da região, tinha amigos, como José Sócrates, então técnico do município da Covilhã, e muitos colegas. Nos serviços regionais da Junta Autónoma de Estradas chegou a ter dois directores distritais como sócios.

Um deles, José Gomes, dirigente do PSD na Guarda, foi um dos fundadores da Conegil, uma empresa de construção civil que viria a ser central na carreira de Santos Silva, quando este passou a dominá-la em meados da década de 1990. De acordo os relatórios de informação comercial consultados pelo PÚBLICO, os dois engenheiros ainda partilham o capital da Rumo — uma pequena empresa de projectos criada em 1988 e que, tal como muitas das mais de 60 controladas por Santos Silva, continua a registar as suas contas anuais apesar de não ter actividade.

O outro, Albano Costa Oliveira, fundou com ele, em 1987, a sua primeira empresa. Chamaram-lhe Enaque, Engenharia e Arquitectura Ldª e tiveram sempre uma grande parte da sua facturação nos projectos de estradas. Albano Oliveira vendeu recentemente a sua quota ao irmão de Santos Silva, o médico António José, mas já não é aqui que Carlos Manuel ganha dinheiro. Nos últimos três anos, a empresa, que continua a ter a Estradas de Portugal como principal cliente, declarou sempre prejuízos, num total de 363 mil euros. A sociedade com Albano Oliveira, porém, mantém-se através da Nota de Análise, uma firma de engenharia que os dois abriram já em 2009, em Lisboa, e que quase não factura desde 2011.

Entre os bons clientes de Santos Silva há muito que figura também a UBI. Durante mais de ano e meio, em 1985 e 1986, ele próprio ocupou o lugar de director dos Serviços Técnicos da Reitoria e durante 15 anos o reitor foi o seu primo direito Manuel José dos Santos Silva, actual presidente da Assembleia Municipal da Covilhã, eleito pelo PS. No que respeita a escolas, todavia, o grande filão surgiu muito mais tarde, depois da chegada de Sócrates a primeiro-ministro com os negócios proporcionados pela Parque Escolar.

Projectar, construir e fiscalizar
Um dos trunfos do empresário residiu desde o início no controlo de todo o processo produtivo das obras públicas: projecto, gestão da obra, construção propriamente dita e fiscalização. Cada uma das empresas dedicava-se sobretudo a uma dessas actividades, embora quase todas elas pudessem fazer as restantes. Na prática, através da multiplicação de empresas com nomes distintos, ainda que muitas vezes sedeadas no mesmo local, Santos Silva conseguia frequentemente ser ele a projectar, gerir, construir e fiscalizar as grandes obras públicas que lhe eram adjudicadas.

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Juntando contratos de empreitadas e de fiscalização, e somando às verbas publicitadas no portal Base os montantes que ali não constam, mas que aparecem nos documentos da Parque Escolar, existe outro balanço possível: em três anos, entre 2009 e 2011, seis empresas ligadas a Santos Silva receberam 150,1 milhões de euros da empresa pública Parque Escolar.


Ó CEREJO E O AMIGO DE PEITO SANTOS SILVA NAS CAMPANHAS ELEITORAIS ERA UM MÃOS LARGAS.O PRÉDIO É QUE NÃO É ESSE OU SE É AINDA HÁ MAIS...NA MESMA ZONA...

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