Thursday, April 17, 2014

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Aumento de capital leva acções da Oi a afundarem mais de 23% em cinco sessões
17 Abril 2014, 11:54 por Rita Faria | afaria@negocios.pt


Aumento de capital da operadora poderá ser feito com desconto no preço, o que tem provocado quedas acentuadas nas últimas sessões, de acordo com um analista. No mesmo período, a Portugal Telecom caiu mais de 8%.
As acções da operadora brasileira Oi caíram 23,3% nas últimas cinco sessões, elevando para 29,5% as perdas acumuladas desde o início do ano. Neste mesmo período de cinco sessões, a Portugal Telecom desvalorizou 8,4%. Desde o início do ano os títulos da operadora nacional acumulam uma queda de 5,38%.

A trajectória descedente da Oi tem acompanhado o período de subscrição do aumento de capital, que começou a 10 de Abril (sessão em que a Oi caiu mais de 7%) e que termina a 24 de Abril. Isto porque, tendo em conta o valor da oferta e o número máximo de acções, o aumento de capital da operadora deverá ser feito com um desconto no preço, explicou um analista ao Negócios.

A Oi comunicou que a emissão poderá atingir um máximo de 5,75 mil milhões de acções que, se fossem colocadas ao preço de fecho da sessão de ontem, 16 de Abril, elevariam a emissão para um total de 14,54 mil milhões de reais. No entanto, a intenção da empresa é que a emissão totalize 14 mil milhões de euros, pelo que o preço final das novas acções deverá ser inferior à cotação actual. “Isso abre uma possibilidade de ganhos saindo da acção hoje e voltando a entrar” após o aumento de capital, explica o analista Lenon Borges, da corretora brasileira Ativa.

Um desempenho que deverá continuar negativo, de acordo com o analista. “Já há algum tempo que as acções da Oi operam de forma bastante volátil. Tanto para cima, quanto para baixo, a variação do preço [da Oi] é normalmente mais forte do que a do mercado. Além disso, a nossa visão para a empresa é negativa, e acreditamos que terá uma performance pior do que o Ibovespa”, acrescenta Lenon Borges.

O aumento de capital da Oi, que constitui mais um passo fundamental para a fusão com a Portugal Telecom, será subscrito por um sindicato bancário de 14 bancos com garantia firme de liquidação mas sem garantia de colocação – uma alteração feita nos contratos com os bancos e que significa que será feito o melhor esforço de colocação, mas sem obrigação a garantia firme, tendo um equílibrio entre oferta e procura. A garantia firme de liquidação é a obrigação de ficar com as acções que tenham sido subscritas, porém não liquidadas pelos investidores, até ao limite da sua participação.

Fazem parte do sindicato bancário BTG, HSBC, Bank of America Merrill Lynch, Barclays, Credit Suisse, BESInvestimento, BB Banco de Investimento, Bradesco, Banco Caixa Geral, Citigroup, Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander.

Perspectivas para a CorpCo são “negativas”

Em declarações ao Negócios, Lenon Borges diz que as perspectivas para a empresa gerada após a fusão da Oi com a Portugal Telecom “continuam negativas”, porém, com uma situação mais “favorável” do que antes da fusão.

“A emissão de acções da operadora brasileira, se for bem sucedida, melhora a situação de caixa da empresa, e o capital que for levantado deverá ser utilizado, primordialmente, para amortizações, melhorando o endividamento da companhia”, explica o analista. “Além disso, a criação da CorpCo deve apresentar união de sinergias, principalmente na parte financeira, de forma a melhorar o perfil da dívida, e abrir capital para que os investimentos necessários sejam feitos de forma menos custosa”.

No entanto, permanece “reticente” em relação à união de sinergias operacionais, dado que a diversificação geográfica “não permite grandes melhorias” e as empresas já participam de uma aliança industrial. “A CorpCo ainda será uma empresa com diversos problemas operacionais e estratégicos, com um fluxo de caixa pior do que as suas congéneres, e com dificuldades para obter os grandes 'drivers' do sector, fazendo com que nossa a visão se mantenha negativa”.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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