Monday, September 8, 2008











O 'erro grosseiro' de um juiz
8:00 | Segunda-feira, 8 de Set de 2008



Desde que o chamado processo Casa Pia se iniciou manifestei sempre muitas reservas quanto à sua condução.

Nunca me pareceu normal o modo como as investigações avançaram nem a forma leviana como foram efectuados reconhecimentos ou decididas prisões.

Recordo que pouco depois da prisão de Carlos Silvino ('Bibi'), houve uma perseguição pela auto-estrada a Carlos Cruz, argumentando-se que ele ia fugir. Essa notícia correu a Comunicação Social. Hoje, quando Carlos Cruz ainda não sabe o resultado do julgamento e já podia ter fugido 1000 vezes, alguém acredita que isso fosse verdade? Mas o juiz Rui Teixeira acreditou e deteve-o. Como acreditou que Paulo Pedroso teria de ser detido no Parlamento; como acreditou em quase tudo o que o Ministério Público e os investigadores da Polícia Judiciária lhe transmitiram. Se o fez ou não de boa fé, não o sei, mas creio, ainda assim, que o terá feito sem dolo.

Dizia alguém que, quando todos estão do mesmo lado da amurada de um barco, se deve ir para o outro, para equilibrar. Agora que Rui Teixeira - que eu tanto critiquei por achar inacreditável o rumo do processo - é dado como bode expiatório, lembro muitos outros que não só subscreveram inteiramente o seu 'erro grosseiro' como pela sua acção o agravaram.

O procurador João Guerra, por exemplo. Os inspectores da PJ Rosa Mota e Dias André. Os 'especialistas' Catalina Pestana ou Pedro Strecht. Os comentadores de serviço, como Pedro Namora. A maioria dos órgãos de Comunicação Social.

Todos eles estariam, eventualmente de boa fé. Mas nenhum deles procedeu bem, nenhum deles contribuiu o que quer que fosse para descobrir os verdadeiros culpados da vergonha que foi (ainda é?) a Casa Pia. Porque - não o esqueço - por cada inocente que foi inculpado há também, provavelmente, um verdadeiro culpado em liberdade. E são os verdadeiros culpados - não os fictícios, como Paulo Pedroso, que foram indiciados não se sabe porquê - que toda a sociedade deveria estar mobilizada para descobrir.

Não foi esse o caminho que escolheu a PJ, nem a PGR e o seu então chefe Souto Moura. Nem o magistrado Rui Teixeira, que deveria ser o garante de toda a legalidade e toda a prudência que se impõem num processo desta natureza.

O 'erro grosseiro' de Rui Teixeira será uma nódoa na sua carreira. Mas para ele contribuíram muitos outros (conjugados ou não) que, na altura, o incensaram e o incentivaram e que agora o deixarão sozinho arcar com todas as culpas.

Henrique Monteiro

ESTE É DOS QUE JÁ CONTA COM O OVO NO CU DA GALINHA.EMBANDEIRA EM ARCO COM UMA DECISÃO TOMADA Á PORTA FECHADA E SEM CONTRADITÓRIO NEM PARTICIPAÇÃO DO AGORA INJURIADO...
E O MP A RECORRER NÃO LHE DIZ NADA?OU ESPERA OUTRA JUIZA AUXILIAR COMO A DA SENTENÇA COM QUE FESTEJA?
PARA MIM TODA A CLASSE POLÍTICA SE BORROU DE MERDA COM ESTE PROCESSO.ISTO PERANTE O ZÉ POVINHO CLARO ESTÁ QUE É O QUE CONTA E NÃO ESSAS MÁFIAS QUE O INTERPRETAM...

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