Tuesday, April 24, 2007

A CHINA A APRENDER COM ÁFRICA

Etiópia: mais de 70 mortos em ataque contra petrolífera chinesa
24.04.2007 - 17h12 AFP, PUBLICO.PT



Um grupo armado atacou esta manhã uma reserva de gás natural explorada por uma companhia chinesa no Leste da Etiópia. As autoridades de Addis Abeba confirmaram a morte de 74 trabalhadores, nove dos quais chineses, e o sequestro de outros sete.

“Nove chineses e 65 etíopes que trabalhavam para eles foram mortos a sangue-frio”, declarou um porta-voz do primeiro-ministro, Meles Zenawi, adiantando que sete chineses e um número indeterminado de cidadãos nacionais continuam retidos.

A embaixada chinesa em Addis Abeba já confirmou a morte de nove cidadãos nacionais, apesar de garantir que não dispõe de informações exactas sobre o ataque, já repudiado pelo Governo de Pequim.

Um despacho da agência Xinhua adianta que o “ataque repentino” foi levado a cabo por “200 homens armados”, cerca das 06h00 locais (04h00 em Lisboa). As instalações da petrolífera Zhongyuan, onde se encontravam“37 trabalhadores chineses e mais de 120 etíopes”, chegou a ser controlada pelos atacantes “após uma troca de tiros com os soldados que protegiam as instalações”.

O Governo etíope apressou-se a atribuir o ataque à Frente Nacional de Libertação de Ogaden (ONLF), um grupo separatista que luta há 23 anos pela independência da região, etnicamente próxima da vizinha Somália. No final da década de 1970, os dois países estiveram envolvidos numa guerra pelo controlo de Ogaden, mas Addis-Abeba conseguiu manter a região sob a sua alçada.

“Trata-se de um acto terrorista conduzido pela aliança terrorista de que faz parte a ONLF”, afirmou o porta-voz governamental, sem adiantar pormenores.

O Governo de Addis-Abeba lançou em Março do ano passado um concurso internacional para a exploração de gás natural em Ogaden, onde se acredita existirem importantes reservas energéticas.

Um mês depois, a ONLF anunciava que não iria “tolerar” a exploração dos recursos energéticos de Ogaden enquanto o Governo continuasse a negar “o direito à autodeterminação da região” e aconselhava as empresas estrangeiras a abandonarem “aquela que é essencialmente uma zona de combate”.

Esta tarde, a organização reivindicou a destruição de uma exploração petrolífera não identificada na região, mas admitiu apenas ter visado soldados etíopes que estariam a guardar a referida exploração.

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